Pense nisso !!!!

O que você faz pode desaparecer . O que você é permanece vivo porque transforma os outros . (Jonhn C. Marxwell )



Com a força do nosso amor e da nossa vontade , nós poderemos mudar o nosso destino e o destino de muita gente. (Paulo Coelho )

sexta-feira, 20 de maio de 2011

18 de Maio dia nacional de combate a violência infantil

                     O Dia Nacional de Combate à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes

Agencia EFE

Brasília, 19 mai (EFE).- A rainha Silvia da Suécia e a apresentadora de televisão brasileira Xuxa Meneghel uniram suas vozes nesta quinta-feira pelo fim de todo tipo de castigos físicos contra as crianças e exigiram que cada agressão contra um pequeno seja denunciada.
A monarca sueca e Xuxa participaram do Seminário sobre Experiências de Legislação Contra Castigos Corporais de Crianças e Adolescentes na Câmara dos Deputados.
Em seu discurso, a rainha Silvia, que preside a Fundação Mundial pela Infância (WCF), criada por ela em 1999, afirmou em seu discurso que "todo castigo físico na infância representa uma grave violação aos direitos humanos fundamentais e tem efeitos devastadores".
A rainha, que nesta semana faz uma visita ao Brasil, pediu aos parlamentares a aprovação de um projeto de lei que tramita na Câmara e no Senado há dois anos e propõe penalizar a violência doméstica contra as crianças.
Ela contou que na Suécia foi feita uma legislação sobre o assunto há mais de três décadas e destacou que, desde então, a violência contra as crianças caiu de forma notável.
Citou pesquisas segundo as quais menos de 10% dos pais suecos são atualmente favoráveis a castigar com palmadas os filhos.
Xuxa, porta-voz da ONG "Não Bata, Eduque", concordou com a rainha sueca em que, além de legislar, é preciso conscientizar a sociedade a denunciar os abusos contra uma criança.
A apresentadora citou dados oficiais pelos quais 70% das crianças que vivem nas ruas do Brasil fugiram de casa por causa dos maus-tratos sofridos justamente dentro dela.
"A criança que é agredida pelos pais hoje, amanhã baterá também em seus filhos", afirmou Xuxa, quem ressaltou que é preciso colocar um fim a essa "cadeia da violência".
Participou do seminário também a ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, quem pediu uma rápida aprovação do projeto de lei sobre violência infantil.
"É um projeto de apoio à família, não uma intervenção nos assuntos familiares", defendeu a ministra. EFE.

Violência Financeira contra o idoso

Defesa do Consumidor investiga denúncias de abusos e violência contra idosos nos bancos

Os bancos têm incentivado e induzido idosos a contraírem empréstimos consignados sem esclarecer a esses clientes as cláusulas contratuais 18/02/2011 - por portal na categoria 'Violências'




João Pessoa - A Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor da Capital instaurou procedimento administrativo para apurar denúncias de abusos e violência praticados por agências bancárias contra pessoas idosas. As denúncias foram encaminhadas pelo Conselho Municipal do Idoso de João Pessoa (CMI), contra os bancos Santander, Bradesco, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil.
De acordo com a presidente do CMI, Marliete Arruda de Lima, os bancos têm incentivado e induzido idosos a contraírem empréstimos consignados sem esclarecer a esses clientes as cláusulas contratuais.
Em alguns casos, os empréstimos chegam a ser feitos irregularmente por familiares dos idosos ou contraídos pelo próprio idoso sem o conhecimento ou consentimento do idoso. “Temos recebido muitas reclamações. Na primeira semana de janeiro, foram recebemos oito casos de idosos vítimas de violência e abusos praticados por agências bancárias.
Os bancos estão fazendo cobranças indevidas e cobrando juros absurdos dos idosos. Muitos chegam a comprometer todo o benefício e ficam sem receber nada. Além disso, temos constatado que os bancos não estão entregando os contratos dos empréstimos contraídos aos idosos e que há cartórios lavrando procurações em nome de idosos sem o consentimento deles”, disse.
O promotor de Justiça Francisco Glauberto Bezerra disse que vai chamar as vítimas de abuso e violência e os representantes dos bancos sobre o assunto. “O idoso não é apenas vulnerável na relação de consumo; ele é hipossuficiente e muitos não têm discernimento do que está sendo feito. Essas são situações graves que serão apuradas”, disse.

Para Refletir

Não importa se a estação do ano muda...
Se o século vira, se o milênio é outro.
Se a idade aumenta...
Conserva a vontade de viver,
Não se chega a parte alguma sem ela."

Efeito Copacabana

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Copacabana um bairro marcante para Alexandre Kalache, um dos maiores especialistas em envelhecimento populacional do mundo, tendo chefiado o Programa de Saúde e Envelhecimento Populacional da Organização Mundial da Saúde. Em entrevista concedida a revista HSM, em Junho de 2009, o gerontologista explica por que o Brasil viverá o Efeito Copacabana: A idéia chinesa de que toda crise equivale a uma oportunidade às vezes parece gasta, mas talvez nunca tenha sido tão sábia como no caso do envelhecimento da população brasileira. Em primeiro lugar, sim: o aumento da população idosa no País pode gerar uma crise socioeco­nômica de proporções gigantescas, porque acontecerá em um ritmo muito mais acelerado que, por exem­ plo, nos países europeus e com uma infraestrutura de base bem mais de­ ficiente. Em 2025, teremos o dobro de habitantes com mais de 60 anos. E ainda somos poucos prestando atenção a isso. Já a oportunidade não é uma, mas pelo menos três. A número 1 é que tanto governo como empresas têm a possibilidade de alavancar a marca Brasil de uma maneira nunca imaginada com isso, se liderarem a aprovação da Convenção de Direitos Humanos do Idoso na Organização das Nações Unidas e incorporarem o foco no idoso a sua estratégia e marketing. A oportunidade número 2 é o novo mercado que se forma, ainda sem dono, com novas deman­das que levam ao desenvolvimento, por inovação muitas vezes, de novos produtos e serviços. E a terceira é o aproveitamento dos seniores como profissionais por mais tempo dentro das organizações. O médico gerontologista Alexandre Kalache, um dos maiores, se não o maior, especialis­tas do mundo em envelhecimento populacional, criador das “cidades amigas do idoso”, discorre sobre as ameaças e oportunidades que surgem com esse fenômeno, assim como os pontos fortes e fracos do Brasil e suas organizações para lidar com ele. Qual o desafio do Envelhecimento Populacional? O Brasil deve dobrar a propor­ ção de idosos –de 9% para 18% da população total– em 17 anos, “de vi­rada”. Em 2025, teremos 32 milhões de pessoas com mais de 60 anos em nosso País. E, em 2050, esse número pode subir para 70 milhões. Para comparar, a França dobrou de 7% para 14% em 115 anos, e ela já era um país rico –que continuou rico. Ou seja, a França teve tanto tempo como recursos para implantar polí­ticas específicas de enfrentamento do desafio e, mesmo assim, cometeu erros tão grandes que, há quatro anos, quando houve aquela onda de calor na Europa, morreram 15 mil idosos lá porque não eram mo­ nitorados. Tanto que quem deu o alerta sobre o fenômeno foram as funerárias, não a saúde pública. Um país que envelhece como o Brasil, em 17 anos, podemos dizer que envelhece “de virada”. E qual é o risco exatamente? Vou dar só o exemplo da saúde. Com mais idosos e sem dinheiro para tratar de sua saúde preven­ tivamente, vão acabar desviando recursos dos programas de saúde da mulher, da criança, do trabalha­ dor, agravando muito os problemas sociais e gerando uma tensão que pode virar guerra intergeracional. Sem querer chorar o leite derramado, mas tudo isso não era algo previsível que podia ter sido atacado com bom planejamento? Sim! As políticas de previdência social já eram insustentáveis quando foram implantadas, na década de 1940, no governo Getulio Vargas. Era só fazer contas para perceber. E essas políticas podiam ter sido che­ cadas nos últimos 30 anos, quando o grupo que tinha mais de 60 anos de idade ainda era pequeno –4% da população. E, se o pior acontecer, penalizam-se não só toda a sociedade, como também os negócios… Exato. E, na verdade, bastaria apoiar a cuidadora do idoso, geralmente é uma mulher, por isso digo “cuidadora”– e integrá-lo na socieda­ de, o que seria bem mais barato. Há estudos sobre qual deve ser a maneira de o idoso trabalhar? A rotina 24 por 7 não é a ideal... Você pode criar incentivos para que as pessoas possam trabalhar por mais tempo de várias formas. O ideal é ir promovendo uma redução gradual, paulatina, do tempo de trabalho, de 42 horas semanais para 30, depois, daqui a três anos, 20 ho­ ras, então meio período… Também pode haver incentivos determinan­ do que não é preciso ir todo dia à empresa; algumas tarefas podem ser cumpridas em casa. E é importante criar mecanismos para que seja feita a transmissão de conhecimento dos mais velhos aos mais jovens. Em geral, as empresas colocam os idosos num gueto, man­ tendo­os inacessíveis aos jovens pela hierarquia e gerando antipatia. Fonte: HSM, Maio-Junho 2009
120 mil agressões contra idosos por ano

Mídia nacional dá destaque para a violência cometida contra pessoas idosas 05/04/2011 - por portal na categoria 'Violências'
No Correio Braziliense saiu a notícia intitulada “Agredidos dentro de casa”, a qual narrava os tipos de violência: Ameaças, intimidações, tapas e empurrões… tudo feito pela própria família. A violência contra idosos chega anualmente a 120 mil agressões segundo o IBGE, a maioria pelos parentes da vítima. Dona Edna teve de recorrer à polícia devido aos constantes ataques de sua nora, que insiste em expulsá-la da residência comprada pela senhora de 75 anos. Mais da metade das agressões sofridas por idosos são cometidas por parentes.
Sempre associado à velhice, o medo da morte, para Paulo* e Vanda* (nomes fictícios em função do risco que os entrevistados correm), nada tem a ver com o passar do tempo. Aos 66 anos, um a mais que a mulher, o senhor bem vestido, nariz marcado pelos óculos de grau e cabelos cuidadosamente pintados revela, depois de um longo suspiro, que teme ser assassinado pelo próprio filho. Viciado em cocaína, álcool e, por fim, crack, o homem já gritou, empurrou, socou e apontou uma faca para os pais. “Agora ele está dizendo que vai comprar uma arma para estourar meus miolos”, conta Paulo. Sem forças físicas para se defender do filho, de 45 anos, nem suporte psicológico para aguentar as agressões, o pai apelou à Justiça. Conseguiu, dois anos atrás, uma determinação judicial obrigando o governo local a custear a internação compulsória do agressor para desintoxicação. Até agora nada aconteceu, apesar da insistência de Paulo com as autoridades.
Toda vida ouvi dizer que decisão judicial não se discute, se cumpre. Pelo jeito isso só serve para o cidadão, não para o governo”, lamenta Paulo, visivelmente abalado. O problema enfrentado por ele, segundo a promotora Sandra Julião, é um dos mais frequentes e também mais complicados casos de violência contra o idoso que chegam, todos os dias, ao Ministério Público do Distrito Federal. “Não existe solução, porque o Estado se exime da tarefa de oferecer atendimento de saúde. E as vítimas, por outro lado, não querem ver seus filhos ou netos na rua”, afirma Sandra. “Embora ocorra com pessoas de todas as faixas etárias, a violência praticada por parentes que fazem uso de álcool e drogas se torna mais dramática quando o agredido é um idoso, em função da fragilidade por causa da idade.”
O fenômeno das agressões contra os idosos foi destrinchado pelo doutor em sociologia Vicente Faleiros, que produziu o maior estudo do gênero no país com base em 61.930 denúncias formalmente registradas em todas as capitais do país no período de um ano. Os dados brasileiros se assemelham às estatísticas dos outros países, indicando que cerca de 54% dos agressores são filhos ou filhas. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) também investigou, por meio de entrevista, e não por ocorrência documentada, o problema, projetando quase 120 mil agressões sofridas por idosos anualmente — cerca de 10 mil por mês. “Não temos dúvida da existência da violência. Os registros são apenas a ponta do iceberg, porque denunciar é muito difícil. Há uma espécie de conluio do silêncio. A família silencia e o próprio idoso tem vergonha de denunciar, achando que vai perder o tênue afeto que tem com o filho, além do medo de represálias”, explica Faleiros.
Para Edna*, a barreira do silêncio foi rompida na polícia. A senhora de 75 anos não suporta mais as ameaças da nora, atualmente em processo de separação do único filho dela, que se recusa a deixar o local onde moram. “Tenho escritura mostrando que a casa é minha, eu comprei. Mas ela diz que a casa é dela, que se eu não sair por bem vou ter que sair no caixão”, conta, angustiada, a baiana que chegou a Brasília há 33 anos e conseguiu criar o filho trabalhando como lavadeira. Além dos próprios problemas de saúde, Edna cuida da mãe, de 95 anos, que fica agitada ao ver o clima de discórdia dentro de casa. “Tenho que ficar quietinha, não falar nada, com medo de ser agredida. Mas é muito difícil. Tenho medo que ela me mate”, confidencia, num tom mais baixo. Todos os entrevistados tiveram de sair das próprias casas, onde convivem com seus agressores, para encontrar a reportagem. A tensão é companhia constante desses idosos.
Silêncio e machucados
Recife e Belo Horizonte — Dentro de um quarto, sem comida, sem amparo, sem companhia, Reginaldo (nome fictício), de 67 anos, é o retrato fiel do tipo de violência mais silenciosa que acomete os idosos: a negligência. Pai de seis filhos, todos de 27 a 33 anos e que moram na mesma rua dele, cada qual com suas famílias, o senhor peleja para sobreviver. Ele mal consegue falar por causa de um tumor na garganta. A comunicação é difícil, por gestos, olhares e gemidos. Também depende de uma cadeira de rodas para se locomover. O salário mínimo que recebe mal dá para bancar os remédios e a comida, além de uma dívida que só termina daqui a cinco anos. Sem outra fonte de renda nem ajuda dos filhos, faz racionamento de alimentos para tentar chegar ao fim do mês. “Só como papa (mingau) e tomo água. Fico me sentindo fraco, a cabeça dói muito. Aí tento dormir para ver se passa”, relata Reginaldo.
Segundo o homem, os filhos só aparecem na casa dele para agredi-lo verbalmente. Ele afirma que nunca deixou faltar comida em casa, mas titubeia quando é questionado se deu amor aos filhos. Quando foi a um hospital passando mal e nenhum parente apareceu para socorrê-lo, a situação de Reginaldo acabou identificada e encaminhada à Delegacia do Idoso. “Se houve alguma violência praticada por ele no passado, provocando o rompimento dos laços familiares, isso não justifica que seja abandonado pelos filhos”, afirma o delegado Eronildo de Farias.
Depois de muito adiar, Laura, moradora de Belo Horizonte, procurou a delegacia, encorajada por vizinhos. Chegou ao local com muitos machucados e receio de denunciar os familiares. Mas a rotina de problemas de agressões dentro de casa não deixou outra opção à aposentada de 72 anos. “A gente acaba ficando desesperada e tem que denunciar mesmo”, diz. Frente às autoridades, Laura teve medo do que podia ocorrer com os parentes, principalmente o marido, que usa a aposentadoria dela sem se importar com as necessidades da mulher. “Ele toma o que é meu, não ajuda em nada e também é muito agressivo”, denuncia. (Renata Mariz)

Fonte: Extraído de http://www.brasilwiki.com.br/noticia.php?id_noticia=41014. Publicado em 04/04/2011 pelo(a) Wiki Repórter JBWiki!, Rio de Janeiro – RJ.

Velhos sofrem violência em casa e nas ruas


Os idosos e as crianças estão entre as principais vítimas de violência doméstica e raras vezes conseguem se livrar do agressor e recomeçar uma vida saudável. Os maus-tratos não são exclusividade de países pobres, como o Brasil, e se tornam motivo de preocupação em todas as sociedades. Nos Estados Unidos, cerca de 2 milhões de idosos acima de 65 anos sofreram algum tipo de agressão. Dados do Conselho Nacional de Pesqusia norte-americano revelam que os estados não possuem profissionais capacitados para lidar com o assunto e faltam informações sobre as causas de abusos contra velhos.
A Comunidade Econômica Européia caminha no sentido de definir normas mínimas para o acolhimento dos velhos em asilos nos estados-membros para lhes garantir vida digna. No seu artigo 3º, inciso IV, a Constituição Federal do Brasil determina que o Estado deve promover o bem de todos, sem preconceito ou discriminação devido à idade. O Decreto Federal 1.948, de 3 de julho de 1996, regulamenta a lei sobre a Política Nacional do Idoso, pela qual "todo cidadão tem o dever de denunciar à autoridade competente qualquer forma de negligência ou desrespeito ao idoso". (veja reportagem nesta edição). O impasse se encontra na aplicação das leis, em contraste com a realidade.
O Rio de Janeiro é o estado brasileiro onde morrem mais idosos vítimas de violência, conforme pesquisa do Centro Latino-Americano de Estudos sobre Violência e Saúde (Claves), pertencente à Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Estima-se que, num grupo de 100 mil habitantes com mais de 60 anos, 249,5 morrem por homicídios, atropelamentos, tombos dentro de casa, entre outros.

Idosos se unem pelo respeito aos seus direitos
A coordenadora-executiva do Claves, Edinilsa Ramos de Souza, explica que apesar de ter sido criada, em 2000, a Política Nacional de Controle e Redução dos Acidentes e Violência, não saiu do papel. Ela informa que apenas alguns estados, como o Pará, Minas Gerais, Paraná e Pernambuco fizeram encontros e começam a estabelecer metas. Para ela, a notícia mais positiva é a mobilização de grupos de idosos que lutam por descontos nos preços dos medicamentos, por lazer e criação de associações.

A idade avançada deixa os idosos mais vulneráveis e, geralmente, são vítimas de quedas e atropelamentos. Não há segurança na travessia de semáforos e nem tempo suficiente para que cheguem do outro lado da rua. Edinilsa de Souza diz que é desrespeitosa a atitude de vários motoristas do transporte coletivo, que não gostam de levar velhos por não pagarem passagem e, dessa maneira, chegam ao ponto de acelerar o veículo quando o idoso vai entrar.
De acordo com Lan Hee Alves Castanha, coordenadora do Núcleo de Atendimento às Vítimas de Violência (Navv) do Hospital Municipal Dr. Arthur Ribeiro de Sabóia, que fica na capital paulista, 32% das mortes registradas de idosos são em decorrência de violência. A primeira causa é o acidente no transporte, seguida de espancamento e agressão e atropelamento. O Hospital do Jabaquara atende uma média de 32 mil pessoas por mês - 600 apanharam em casa, a maioria velhos e crianças. "O idoso é um reflexo, mas a prevenção está no jovem. A violência no jovem, na criança, acaba refletindo na idade adulta", comenta.
Uma equipe de pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) desenvolve um trabalho etnográfico no Navv, do Hospital do Jabaquara, com o objetivo de preparar os profissionais para compreender a situação dos pacientes vítimas de violência. Segundo a antropóloga e professora do Departamento de Medicina Preventiva da Unifesp, Cynthia Andersen Sarti, a violência familiar não está dissociada da violência social e ela representa um ciclo.
A coordenadora do Navv, Lan Alves, acredita que só um trabalho conjunto com as instituições, ONGs, com a aplicação do Programa de Saúde Familiar, pode-se mobilizar a comunidade local. A situação entre as famílias, conforme constatação da equipe do Navv, é de brigas constantes de idosos entre si, com filhos, genros, noras e vizinhos. Lan Alves destaca que é necessário dar suporte psicológico às famílias, para lidar com o problema do desemprego, ajudar essas pessoas a recuperar a auto-estima e desenvolver políticas de prevenção da violência, sem repressão e intimidação.
Como nasce a violência e por que ela floresce entre as famílias brasileiras é uma questão ainda sem resposta. Na opinião da professora de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia, Maria do Rosário Menezes, ela resulta de um modelo cultural, em que a estética é supervalorizada, em detrimento da velhice. Ela defendeu, em 1999, na Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP-USP), a tese Da violência revelada...violência silenciada: um estudo etnográfico sobre violência doméstica contra o idoso. Ela constatou que a maioria dos idosos não dependia financeiramente dos seus agressores, tinha filhos, morava em casa própria e ainda assim sofria maus-tratos até dos filhos que moravam fora. As mulheres eram as principais vítimas e os filhos homens estavam entre os principais vilões da violência doméstica.
A orientadora da tese e chefe do Departamento de Medicina da EERP-USP, Amábile Rodrigues Xavier Manço, ressalta que a pesquisa revelou uma realidade triste, exibida pelas idas da doutoranda às delegacias de polícia de Ribeirão Preto, Instituto Médico Legal e às casas dos velhos sob ameaça de agressores, que preferem manter a violência em sigilo. "É muito triste você chegar ao fim da vida e ser espancado por alguém que você criou", observa. Para Maria do Rosário Menezes é possível envelhecer com dignidade e ser feliz no Brasil apenas se os dirigentes e a sociedade perceberem que se deve investir na qualidade de vida do povo.


10/09/2002
Fonte/Autor(es): Endereço na íntegra: http://www.comciencia.br/reportagens/envelhecimento/texto/env03.htm
Violência acomete mais idosos com problemas de memória ou dificuldades nas tarefas cotidianas
 
29/12/2006


O idoso que aparentemente sofre mais violência é, na sua maioria, do sexo feminino, tem 75 anos ou mais, baixa escolaridade e apresenta alguma doença neurológica, reumática ou psiquiátrica.
Usando como base dados do Estudo Saúde, Bem-Estar e Envelhecimento (SABE) da Organização Pan Americana de Saúde (OPAS), de 2000, a psicóloga Ana Paula Sanches buscou elaborar um perfil do idoso que sofre agressão. "O SABE realizou entrevistas domiciliares com idosos em sete países latino-americanos (Argentina, Barbados, Brasil, Chile, Cuba, México, Uruguai) e Caribe sobre suas condições de vida e saúde", conta a psicóloga.
Ana Paula, que abordou o tema em sua dissertação de mestrado, defendida na Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, conta que após as perguntas, o entrevistador deveria responder se observou sinais de violência no idoso e quais eram esses sinais. A partir das respostas positivas a essas questões, ela relacionou essas perguntas às demais características observadas no questionário.
No Brasil, o Estudo do SABE foi realizado em São Paulo, sob a coordenação dos professores Ruy Laurenti e Maria Lúcia Lebrão, da Faculdade de Saúde Pública da USP. Dos 2.143 idosos entrevistados, 31 apresentaram possível sinal de violência, como uma aparência de falta de cuidados, referência a brigas com familiares ou relatos de abandono. Ana Paula lembra que, apesar do número parecer pequeno -1,1% dos entrevistados - representa cerca de 9.480 idosos, quando projetado para a população de São Paulo em 2000. "Além disso, embora os entrevistadores tenham recebido treinamento e orientação adequada, a questão era subjetiva e muitos podem não ter percebido ou prestado atenção nos sinais de violência", ressalta a psicóloga, sugerindo que esse número pode ser maior. Ela ainda destaca a escassez de pesquisas sobre o tema no País.
Perfil
A maioria dos entrevistados da SABE tinha entre 60 e 74 anos, mas grande parte dos idosos com possível sinal de violência tinha 75 anos ou mais. "Aparentemente são os mais velhos que sofrem mais com o problema", diz Ana Paula. Nesse perfil também estão inclusos os solteiros ou viúvos e as pessoas com menor escolaridade.
Esses idosos, em geral, também apresentavam, algum declínio cognitivo, como perda de memória ou dificuldade para realizar atividades do cotidiano. Os sinais de provável violência também eram maiores nos que tinham alguma doença neurológica, reumática ou psiquiátrica. "São problemas limitantes, que causam maior dependência e podem deixar os idosos mais vulneráveis", explica a psicóloga. A maior parte deles também apresentava uma depressão leve. Um número muito grande de quedas também pode ser indicador da existência de violência.
Negligência
Segundo Ana Paula, na maioria dos casos a violência parece ocorrer mais por situações de negligência e violência psicológica: como a falta de um ambiente adequado para a residência do idoso e o despreparo para atender suas necessidades e desejos. "Há um tênue limiar entre a violência, a desinformação e a falta de condições. Um idoso pode não ter ajuda para o banho ou ficar sozinho em casa porque sua família precisa trabalhar para comprar seus remédios, por exemplo", conta a psicóloga.
Ela lembra que não é possível condenar, sem antes dar condições e informações sobre os cuidados necessários. "A prisão de um familiar por negligência, prevista no Estatuto do Idoso, neste caso pode apenas transferir a forma de violência: retiramos o idoso de sua família e colocamos em uma instituição, sem preservar seus laços sociais, que deveriam ser prioridade no seu atendimento". Além disso, traz à tona a questão do que fazer com esse idoso. Ele geralmente não tem mais condições de morar sozinho e nem sempre o asilo é uma opção melhor. "Essa é uma das grandes barreiras à denúncia da agressão, a punição da família muitas vezes não resulta em melhores condições para a vida do idoso", ressalta Ana Paula.
Cerca de metade dos casos de possível violência, relacionava-se a abuso psicológico, o que inclui o abandono e a negligência. Segundo a pesquisa, 63% dos idosos que têm sinal de violência dependem de ajuda para suas tarefas do dia-a-dia, mas não a recebem. Outros 21% recebem auxílio de apenas uma pessoa. Um dos questionamentos da psicóloga é se isso acontece porque os familiares não podem ou porque não querem auxiliá-los.

Fonte/Autor(es): Texto: Marina Almeida
Fonte: Agência USP

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Para Refletir .....

O Suficiente

Que tenhamos em nossas vidas sempre o suficiente.
Nem mais nem menos, apenas o suficiente!





Há pouco tempo, estava no aeroporto e vi mãe e filha se despedindo.
Quando anunciaram a partida, elas se abraçaram e a mãe disse:

- Eu te amo. Desejo o suficiente para você.

A filha respondeu:

- Mãe, nossa vida juntas tem sido mais do que suficiente. O seu amor é tudo de que sempre precisei. Eu também desejo o suficiente para você.

Elas se beijaram e a filha partiu.

A mãe passou por mim e se encostou na parede.

Pude ver que ela queria, e precisava, chorar.

Tentei não me intrometer nesse momento, mas ela se dirigiu a mim, perguntando:

- Você já se despediu de alguém sabendo que seria para sempre?

- Já - respondi. - Me desculpe pela pergunta, mas por que foi um adeus para sempre?

- Estou velha e ela vive tão longe daqui. Tenho desafios à minha frente a verdade é que a próxima viagem dela para cá será para o meu funeral.

- Quando estavam se despedindo, ouvi a senhora dizer 'Desejo o suficiente para você'. Posso saber o que isso significa?

Ela começou a sorrir.

- É um desejo que tem sido passado de geração para geração em minha família. Meus pais costumavam dizer isso para todo mundo.

Ela parou por um instante e olhou para o alto como se estivesse tentando se lembrar em detalhes e sorriu mais ainda.

- Quando dissemos 'Desejo o suficiente para você', estávamos desejando uma vida cheia de coisas boas o suficiente para que a pessoa se ampare nelas.

Então, virando-se para mim, disse, como se estivesse recitando:

- Desejo a você sol o suficiente para que continue a ter essa atitude radiante.
- Desejo a você chuva o suficiente para que possa apreciar mais o sol..
- Desejo a você felicidade o suficiente para que mantenha o seu espírito alegre.
- Desejo a você dor o suficiente para que as menores alegrias na vida pareçam muito maiores.
- Desejo a você que ganhe o suficiente para satisfazer os seus desejos materiais.
- Desejo a você perdas o suficiente para apreciar tudo que possui.
- Desejo a você 'alôs' em número suficiente para que chegue ao adeus final.

Começou a soluçar e se afastou.

Dizem que leva um minuto para encontrar uma pessoa especial, uma hora para apreciá-la, um dia para amá-la, mas uma vida inteira para esquecê-la.

Arrume tempo para viver!
EU DESEJO O SUFICIENTE PRA VOCÊ!
Fernando Pacheco
RJ